A IASD Marcou Datas Para a Volta de Cristo?
"Já me disseram que tanto Ellen White como muitos outros pioneiros Adventistas marcaram várias datas para o retorno de Jesus. Isso é verdade?"
Eu AINDA fico impressionado com a maneira como os opositores dos Adventistas agem.
A maioria esmagadora dessas pessoas nunca se dignou a ler algum livro da nossa História Denominacional, e limitam-se, apenas, a repetir a ladainha que ouvem em seus cursos doutrinários e pregações equivocadas.
Dentre as inúmeras dessas "ladainhas" uma comumente utilizada é a de que "os Adventistas marcaram datas para a volta de Jesus", tentando assim desacreditar a forte base doutrinária da nossa Igreja.
Como eu disse, tais pessoas repetem estes frágeis argumentos pelo simples fato de não conhecerem o que REALMENTE aconteceu no surgimento da IASD... ou então agem de má fé, repetindo falácias que sabem que são inverídicas! Prefiro ficar com a primeira opção...
Todos sabem, e os livros denominacionais estão ai para confirmar, que a Igreja Adventista só surgiu na década de 1860, ou seja, quase 20 anos depois do desapontamento de 22 de outubro de 1844. Na verdade, quem marcou esta data foi um BATISTA, o senhor Guilherme (ou William, em inglês) Miller. Ele, sim, foi quem fez os cálculos e descobriu que algo muito importante ocorreria em 22-10-1844. Seu erro foi acreditar que o evento seria a VOLTA DE JESUS.
Como sabemos hoje, Miller errou no evento, mas não nos cálculos da data. Ou seja, a data estava correta... o que estava errado era o pensamento de que este seria o dia do retorno de Jesus.
Depois deste fatídico dia (22-10-1844), o Movimento Millerita (também chamado de Movimento Adventista por alguns, porém não deve-se confundir com a Igreja Adventista do 7º Dia), se fragmentou em diversos ramos
Algumas pessoas, que posteriormente formariam a IASD, continuaram refazendo os cálculos de Miller, e repetiram o erro de datar o retorno de Jesus. Mas NUNCA a Igreja Adventista do 7º Dia, como Instituição organizada, cometeu tal erro.
A Igreja Adventista, e seus hoje quase 20 milhões de membros, não pode ser continuamente acusada e ridicularizada (insisto, pelos que preferem não conhecer nossa História), devido ao erro de algumas pessoas que, posteriormente, formariam a primeira geração de membros da denominação. Da mesma forma, hoje não podemos condenar uma denominação inteira porque alguns membros, equivocadamente, gostam de pensar, por exemplo, que um tal CHIP MONDEX será a marca da besta.
Na sua excelente obra doutoral ("Crises na Igreja Apostólica e na Igreja Adventista do 7º Dia"), o Pr. Luiz Nunes traz o seguinte esclarecimento:
"A tendência literalista exagerada do historicismo de alguns estudiosos adventistas os levou ocasionalmente a marcar novas datas para o Segundo Advento, ameaçando assim a credibilidade do adventismo. Após a decepção de 22 de outubro de 1844, a Segunda Vinda de Cristo foi aguardada por alguns para abril de 1845, quando terminaria o ano judaico de 1844... Tendo falhado esta previsão, surgiram alguns artigos propondo novas datas" (pág. 104).
Entre estes "calculistas" estavam: O. R. L. Crosier, Hiram Edson, Joseph Bates, e outros.
Porém, antes de outubro de 1845, como lembra o Pr. Nunes, Ellen White recebeu uma visão advertindo que a tentativa de marcar novas datas seria de novo motivo de desapontamento (como o é até hoje!). Veja o que ela declarou posteriormente:
"Tenho sido repetidamente advertida com referência a marcar tempo. Nunca mais haverá para o povo de Deus uma mensagem baseada no tempo" - Mens. Escolhidas, vol. 1, pág. 188.
Como vemos, muitos anos ANTES de nascer a Igreja Adventista do 7º Dia, Ellen White já fora orientada sobre o erro de marcar datas para a volta de Cristo, ou para qualquer outro aspecto temporal da profecia apocalítica, posterior a 22 de outubro de 1844.
Portanto, cai por terra mais esta falácia: de que Ellen White e os "pioneiros" da Igreja Adventista do 7º Dia cometeram sucessivos erros na datação do retorno de Cristo.
Pena que ainda vamos ouvir esta ladainha MUUUUUUUITAS vezes...
Gilson Medeiros
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